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Maria Degolada

Maria Francelina Trenes (Alemanha, c. 1878 – Porto Alegre, 12 de novembro de 1899), mais conhecida como Maria Degolada.

OS PERSONAGENS

A vítima chamava-se Maria Francelina Trenes, de nacionalidade alemã. Contava com 21 anos de idade ao ser assassinada. Era solteira civilmente, mas no processo aparece como “amásia” (quem vive maritalmente com uma pessoa, sem estar com ela casada) do assassino.

O criminoso, Bruno Soares Bicudo, 29 anos, servia na Brigada Militar com o nome de Brum. Natural de Uruguaiana, solteiro e analfabeto.


*foto da Maria Degolada*


O DIA

No dia 12 de novembro de 1899, o soldado foi fazer um piquenique com sua namorada Maria Francelina Trenes e seus amigos: os soldados Felisbino Antero de Medina, Manoel Alves Nunes e Manoel Antonio Vargas, todos acompanhados de suas respectivas namoradas.


O LOCAL

O local do piquenique era um morro localizado no bairro Partenon, que na época ainda era coberto pelo mato e algumas árvores. Tão pouco conhecido que sua única distinção era ser localizado nas proximidades do Hospital Psiquiátrico São Pedro, o que fazia o povo o chamar apenas de “Morro do Hospício”.

Do lado oposto da pedreira, havia uma figueira. Hoje, o local chama-se "Vila Maria da Conceição" em sua homenagem, mas alguns ainda conhecem o local como "Morro da Maria Degolada".


O CRIME

Quando o piquenique acabou, Brum e Maria Francelina afastaram-se do grupo, discutindo. Depois de algum tempo, os outros perceberam que o casal ainda não tinha retornado. Então, começaram a procurar pelas redondezas, encontrando o soldado ao lado de uma figueira, com uma faca na mão, e a moça caída no solo, toda ensanguentada. Ela foi degolada pelo rapaz. Sem conseguir entender o que aconteceu, os três soldados comunicaram o ocorrido aos seus superiores. Foi enviada uma unidade que desarmou o assassino e o levou preso. Bruno foi julgado e condenado a 30 anos de reclusão na Casa de Detenção de Porto Alegre, onde acabou sendo assassinado por outro preso 7 anos depois.


SESSÃO ESPÍRITA

A população da periferia de Porto Alegre começou a considerar Maria Francelina uma santa que atendia pedidos e orações, principalmente depois que se espalhou a notícia de que em uma sessão espírita, havia sido recebida uma mensagem da moça dizendo que não queria ser lembrada como “Maria Degolada”. Começou a ser chamada, então, de Maria da Conceição.


O SANTUÁRIO

Naquela época, já existia no alto do morro uma pequena vila, onde os moradores decidiram que daquela data em diante o lugar seria chamado de Maria da Conceição. No local foi erguida uma construção sobre o que diziam ser o túmulo da moça assassinada, uma espécie de capela onde até hoje chegam pessoas pra fazer pedidos. Conta-se que Maria Degolada atende a todos os pedidos, menos os de policiais. A figueira do local foi arrancada por um temporal anos depois.


ONDE ELA ESTÁ?

Maria Francelina foi sepultada onde está seu corpo até hoje: no jazigo n° 741 do Campo Santo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.


UMA INTERPRETAÇÃO DIFERENTE

A historiadora Sandra Pesavento insinua que, no imaginário popular, Maria Francelina passou de prostituta à santa por ser alemã – portanto branca, de olhos claros – assassinada por um mestiço.

“Ao ser morta, ela pôde virar santa, pois é vítima e era a loura mártir de um mestiço analfabeto e mal-encarado, personificando o drama de uma realidade de excluídos da qual ambos faziam parte em uma Porto Alegre muito violenta”.

“Ao ser morta, ela pôde virar santa, pois é vítima e era a loura mártir de um mestiço analfabeto e mal-encarado, personificando o drama de uma realidade de excluídos da qual ambos faziam parte em uma Porto Alegre muito violenta”.


MARIA DEGOLADA, MARIA DEGOLADA, MARIA DEG...

Se falar o nome dela 3x, a Maria aparece no espelho do banheiro do colégio? Essa história mora no imaginário de todo estudante gaúcho. Mas a verdade é que isso é só uma mistura de lendas. O povo gaúcho acabou confundindo a história dela com a da Maria Sangrenta, a famosa “Loira do Banheiro”. E aí, na lenda repassada no boca a boca, virou tudo uma coisa só.


Foto atribuída a Maria

O local do piquenique era um morro localizado no bairro Partenon que na época ainda era coberto pelo mato e algumas árvores. Quando o piquenique acabou, Brum e Maria Francelina afastaram-se do grupo pois começaram uma discussão. Depois de algum tempo, os outros se deram conta de q o casal ainda não tinha retornado.

Degolada

Então, começaram a procurar pelas redondezas, encontrando o soldado ao lado de uma figueira, com uma faca na mão, e a moça caída no solo, toda ensanguentada. Ela tinha sido degolada pelo rapaz. Sem conseguir entender o que aconteceu, os três soldados comunicaram o ocorrido aos seus superiores, e de lá foi enviada uma unidade que desarmou o assassino e o levou preso.



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